Terra de Gente Hospitaleira

Características gerais da cidade
Localização Planalto Médio ao Norte do estado (RS)
Data de Fundação 07 de agosto de 1857
População 170 mil habitantes (aprox.)
Densidade Demográfica 205 hab/Km²
Área 759,40 Km²
Latitude 28°15’46”
Longitude 52°24’24”
Clima Temperado, com características subtropical úmido
Vegetação Predominantemente de campos abertos com matas nativas
Limites Ernestina, Marau, Coxilha, Carazinho, Mato Castelhano, Pontão
Meios de acesso a Passo Fundo
Por terra Um dos principais entroncamentos rodoviários do Rio Grande do Sul
BR 153 – Interligada à RS 135
BR 285 – Interligada aos principais centros
BR 386 – Interligada à RS 324
Pelo Ar Aeroporto Lauro Kurtz
Telefone: (54) 3313-6566
Companhias aéreas atuantes em Passo Fundo Ocean Air e Voe NHT
Rodoviária de Passo Fundo Unesul, Pluma, Real e Reunidas
Telefone: (54) 3313-1000

Passo Fundo “Tchê!”


A Capital do Planalto Médio Gaúcho e Capital Nacional da Literatura

A origem de Passo Fundo

Passo Fundo, conservando o batismo que lhe foi dado pelos índios colorados, é chamado GOYOEN, palavra composta que na língua dos mesmos significa muita água, rio fundo e, portanto, por analogia, se pode também traduzir por Passo Fundo. Remonta o nome desta cidade aos velhos dias em que, para evitar a volta e demais inconvenientes da antiga estrada por Viamão e Santo Antônio da Patrulha, os tropeiros entraram pela campanha, ainda deserta, fazendo o trajeto da viagem do sul riograndense para São Paulo e vice-versa, passando por aqui.

Ao vau que hoje chamamos Passo, extendeu-se o nome ao rio respectivo e ao lugar da cidade, originada muito depois em pequeno núcleo de moradores formado junto a estrada, no centro da atual Av. Brasil e que para não confundir-se com outro Passo Fundo situado pouco aquém do local em que posteriormente surgiu a Vila de Lagoa Vermelha, era chamado Passo fundo de Missões, denominação com a qual aparece ainda em 1856 em documentos públicos. Como decorre de trabalhos históricos referentes ao Missões Orientais do Uruguai em cujo território está situado o Município, o rio que assim foi denominado Passo Fundo é o mesmo Uruguai – mirim do tempo dos Jesuítas.

O rio Passo Fundo foi sempre um marco referencial importante para a passagem dos tropeiros que abriram ese novo caminho para encurtar o trajeto até a feira de Sorocaba e de lá às Minas Gerais. Assim esse novo caminho valentemente desbravado uniu a região das Missões ao centro do País. O rio Passo Fundo foi testemunho de todos os momentos da nossa história. Viu chegar o índio, se aproximar o bandeirante explorador, o interessado povoador, o trabalhador imigrante, viu passar o tropoeiro, chegar o cargueiro, se instalar o comerciante, mais tarde o industriário, o estudante e todos os demais que vieram somar esforços para construir esta gente alegre e esta terra hospitaleira. Se o rio pudesse falar ele diria tudo o que ele presenciou por aqui: o início do povoamento, a implantação do Progresso e a busca do desenvolvimento e do bem estar de todos os seus habitantes.

O território que hoje constitui o município de Passo Fundo no Estado do Rio Grande do Sul fez parte da célebre Província Jesuítica das Missões Orientais do Uruguai, sendo, então, sujeita à jurisdição do povo de São João Batista, cujas ruínas localizavam-se junto à confluência dos Ijuí (rio Ijuí e Ijuizinho), no município de Santo Ângelo. Foram seus primeiros habitantes, os índios dos grupos Tupi-Guarani e Jê com destaque para os Kaigang, chamados de “coroados” pelo colonizador europeu. Em 1827 e 1828, chegaram os primeiros habitentes “brancos” no futuro território Passo-Fundense, com família constituída fazendo-se acompanhar de escravos e agregados.

A organização econômica, social e política dominante na fase inicial desse povoamento ( não oficial) pode ser qualificada por suas principais características como latifundiária, pastoril, patriarcal-militar e escravocrata. Dentre as fazendas onde se formavam núcleos urbanos, merece especial destaque a do CABO NEVES. A fazenda desse Cabo Milícias deu origem à cidade de Passo Fundo. Manoel José das Neves foi o primeiro morador branco de Passo Fundo. Era paulista nascido por volta de 1790. Instalou-se com a família mais ou menos onde hoje está a esquina da Rua Uruguai com a Rua 10 de Abril. Posteriormente, o Cabo Neves edificou sua moradia definitiva na “colina”, atualmente proximidades da Praça Tamandaré. Em 1830 chegou ao povoado o Capitão Joaquim Fagundes dos Reis, vindo de Cruz Alta para ocupar o cargo de comissário da área.

Em 1833 foi designado para o cargo de Inspetor do Quarteirão. Desta forma, Joaquim Fagundes dos Reis foi a primeira autoridade nomeada pelo Império do Brasil para localmente administrar as terras e as gentes passo-fundenses. Passo Fundo território de grande riqueza natural, com vantajosa situação geográfica e dispondo, além disso, de bons campos para a criação de gado e vastíssimos ervais para o fabrico do mate, rapidamente expandiu-se, tornando-se um importante centro pastoril e ervateiro do Rio Grande do Sul. A emancipação do distrito de Passo Fundo, deveu-se a razões objetivas de crescimento populacional e econômico e razões de ordem política e administrativa na ordenação da Província. Passo Fundo, nessa época, abrangia um território de mais de 80.000 quilômetros quadrados e tinha uma população estimada em 7.586 habitantes.

Era presidente da Província do Rio Grande do Sul Jerônimo Coelho. Foi ele quem, na data memorável de 28 de janeiro de 1857 criou a Freguesia de Passo Fundo , passou a categoria de Município pela Lei provincial nº 340, sendo instalada em 7 de agosto do mesmo ano. Na oportunidade foram empossadas as lideranças (Câmara Municipal – um conselho formado por sete cidadãos, presidido por Manoel José de Araújo). Passo Fundo emancipado passou a denominar-se vila. E a vila ganhou foros de cidade em 10 de abril de 1891, elevada à categoria de cidade. Toda sua estruturação como município, pelos moldes republicanos, iniciou em 16 de setembro de 1892, sendo seu primeiro intendente, Frederico Guilherme Kurtz. Com a construção da estrada de ferro São Paulo – Rio Grande do Sul, acentuou o desenvolvimento econômico do município, que nos anos de 1898 a 1905 experimentou grande movimentação, impulsionando-se as riquezas estagnadas até 1897, devido às dificuldades de transporte e de comunicação.